terça-feira, 19 de agosto de 2014

O sorriso e o bom dia

Como é bom receber um sorriso! Não aquele risinho molenga que abre margem pra todas as interpretações mais tristes como: estou de mal humor mas me esforçando ou, não vou com a sua cara mas sou educado.
Falo do sorriso que carrega carinho junto. E um olhar verdadeiro.
Como o que recebi as sete da manhã no hall do prédio hoje, de uma senhora que provavelmente estava chegando para trabalhar na casa de alguma família do prédio. Ela nunca me viu, mas sorriu e me desejou bom dia. Por que falar bom dia é muito diferente de desejar bom dia!
Eu gosto de olhar, sorrir, estabelecer troca com as pessoas. Acredito que estes pequenos contatos positivos no dia a dia podem funcionar como combustíveis para dar ânimo e encher nossa vida de energia. Mas a maioria das pessoas não tem este costume, seja por nem ter aprendido a ser assim, seja por causa deste mundo tão corrido. E quando eu olho, sorrio, cumprimento e não sou correspondida com a mesma intensidade, me sinto uma bobona. A boba simpática. Que gasta seus sorrisos com gente chata. A tonta que está sempre feliz. 
Será que o mundo chegou num ponto onde estar sempre feliz e sorrindo é sinônimo de ser tonta? Que medo.
Fico aqui a pensar e relembrar do rosto daquela senhora, o carinho que senti no seu sorriso. Ela nem imagina que mudou meu dia.

domingo, 23 de março de 2014

Morar em prédio

A coisa que eu mais odeio de morar em prédio é ter que cruzar com pessoas na garagem e corredores e elas não me cumprimentarem. Ou cumprimentam sem olhar pra mim, com uma voz caída, como quem está fazendo um esforço danado pra ser educado.

Não foi assim que eu aprendi. Eu aprendi a olhar e sorrir para a pessoa enquanto digo:  "bom dia!" 
Repare na exclamação. Sim, porque é muito diferente se o "bom dia" vai sem entusiasmo.

E como costumo fazer, desenvolvo minhas perguntas, na tentativa de entender: 
Será timidez? 
Será que a vida na cidade grande faz mesmo isso com as pessoas? (Se sim, porque não me atingiu?)
Será que estas pessoas são ou estão amargas, tristes, sem vontade de se sociabilizarem?
Será que foi uma falha na educação que receberam?
Ah, deve ser egoísmo. Será que estão tão preocupados com seus umbigos que esquecem de buscar relações saudáveis com os vizinhos?

Eu, particularmente estou passando por um período de grande preocupação e nem por isso deixo de sorrir e ser cordial. 

Tenho a impressão de que se todos trocassem sorrisos, olhares carinhosos e reais desejos de "bom dia" a vida de cada um seria tão melhor...
Mas ao invés de se ajudarem, as pessoas se atrapalham, descontam umas nas outras. Vai virando um acúmulo de mau humor horroroso!

Eu me sinto meio ridícula, meio idiota quando me dirijo de maneira entusiasmada às pessoas e elas nem sorriem para mim. Se elas não retribuem parece que eu que sou a bobona. Me chateia isso.

Dá pra criar um empreendimento chamado Edifício Simpatia e fazer entrevista e seleção de quem vai morar lá? Vou espalhar a idéia.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"deixa eu apoiar minha Louis Vuiton no seu balcão enquanto te peço um desconto"

A mulher com a bolsa da Louis Vuiton para em frente ao balcão e pede desconto na mensalidade de R$120,00.

A outra manda e-mail pedindo isenção da matrícula e aproveita para avisar que as filhas começam na semana que vem porque estão na Disney.

E tem a do carrão importado também, reclamando do reajuste que aumentará em 10 reais o seu gasto mensal.

Então vem a avó que cuida sozinha dos netos, porque a mãe das crianças faleceu, e que se vê em suas roupas e fala a falta de condições de arcar com atividades extras, sendo que estas crianças frequentam a creche pública e parecem não estar se alimentando muito bem.


Devo perguntar aqui para quem é que devermos dar o desconto?

Esta gente que desfila com marcas e tira férias na Europa todo ano acha mesmo que devo apertar meu caixa para elas. Com certeza nunca pensaram que talvez fosse mais legal nos deixar ajudar a quem realmente precisa. Querem o delas. 

O que é que estas pessoas estão pensando? Onde é que a gente foi parar?

Acho que elas perderam a noção e junto com ela a vergonha na cara. Se acostumaram a pedir e reclamar. Não sabem fazer diferente. Moda, virou moda. 
Será que de desconto em desconto elas juntam o dinheiro do marido para comprar a bolsa e o carro?

Porque elas não trabalham. Pelo menos não com comércio ou prestação de serviço. Senão saberiam o quanto incomoda e é feio pedir desconto toda hora e reclamar de preços com um carrão zero km na porta.

O povo quer ser enganado. Chego a essa conclusão. O que importa é a sensação de levar vantagem.
Não dá para querer ser diferente dos que colocam a tabela lá nos altos, para poder dar desconto sem prejuízo. É assim que todo mundo faz. Faça diferente, cobre o preço justo, e será infernizado por um bando de loucas e loucos pechincheiros que não arredam o pé até conseguirem algo, nem que isso seja às custas de muito desgaste, e até grosseria.




sábado, 18 de janeiro de 2014

Quem é que aguenta o exibido?

Tenho me sentido um pouco cansada de gente que ostenta.
Carros, roupas de marca, relógios, canetas, carteiras, bolsas e viagens. Estes são os principais.
Você está conversando sobre qualquer assunto e o exibido dá um jeito de introduzir as informações, normalmente irrelevantes e nada interessantes, do que ele tem ou de onde ele já foi.
Dá uma preguiça fazer aquela cara de que é super normal e muito importante ter aquilo tudo, que se eu pudesse eu encerrava a conversa ali mesmo. Confesso que tento encerrar, com todas as minhas estratégias.
O que esse sujeito acha? Que eu vou achar que ele é incrível? Que vou virar fã?
Ou será que ele não sabe falar de outra coisa mesmo?
Estes dias comecei a pesquisar blogs de moda. Fiquei assustada pois a maioria das bloggeiras só fala de marcas e de Miami. Afe. Pra mim não dá.
Os exibidos se merecem, gostam de mostrar e gostam de quem mostra. Quando eles batem papo ocorre um formato de competição de bens materiais e destinos no mundo. Devem sair da conversa pensando em ter o que o outro tem, não podem ficar para trás.
Nós, pessoas normais, gostamos de ter as coisas, gostamos de viajar. Mas não temos o costume de enfatizar isso. Muitas vezes temos o cuidado de não ostentar para não parecermos exibidos. Não queremos ser confundidos com "aquele tipo de pessoa".
Outro dia avisei um amigo que ele estava se tornando um destes exibidos. Ele já não percebia mais. Virou mania. Agradeceu depois, e voltou a ser o cara legal. Ufa.